19 de abril de 2011

ACTO II

Cena Quatro

[cont.]

Tomé deixa o apartamento. Deverá levar alguma coisa consigo como malas ou uma mochila. Francisca fica em pé encarando o público enquanto Tomé se demora a olhá-la na porta. No outro lado, Carlos e Luísa estão estáticos, encarando-se. Lentamente, assim que Francisca iniciar a sua fala, Luísa deverá começar a despir-se, insinuando-se no corpo de Carlos.
Francisca: Nua, dispo-me de ti. Sem qualquer tabu, pudor ou preconceito. Lentamente… Lentamente o teu cheiro larga a minha pele e a saudade enche o meu peito. (Francisca deve também começar a tocar-se pelo seu corpo, como se se estivesse a conhecer pela primeira vez, sempre encarando o público) De regras fui feita. Em sonhos construí uma vida. Eu acreditei em ti, minha alma perdida. Eu (pausa) acreditei (pausa) em ti (pausa prolongada). Minha alma perdida.
Assim que Francisca pronunciar as últimas palavras, Carlos deverá colocar Luísa, estrondosamente, em cima da mesa do cenário. Entre eles deve iniciar-se uma espécie de dança corporal que incita ao sexo. Deve ouvir-se uma música. Enquanto a música toca, Francisca deve continuar a tocar-se e assim que se deitar no chão deve colocar as mãos sob o sexo. A luz dever-se-á apagar no cenário de Francisca.
A música pára abruptamente. Carlos e Luísa entreolham-se e continuam a beijar-se.Carlos segura Luísa no colo e suspira-lhe o nome. Luísa beija-o ternamente no pescoço e aproximando-se para o beijar, sussurra:
Luísa: Francisca…

Carlos larga Luísa que deverá cair abruptamente no chão, sentindo-se humilhada. Carlos fixa-a e cospe para o chão. Apanha as suas roupas e sai.


Luz.

Sem comentários:

Enviar um comentário